C�psula do tempo: Margaret Thatcher e os primeiros sintomas do Brexit

A 4 de maio de 1979, os brit�nicos elegeram pela primeira vez na sua hist�ria uma mulher para o lugar de primeiro-ministro: a conservadora Margaret Thatcher substitu�a assim o trabalhista James Callaghan e prometia virar tudo do avesso.

Foi o que fez: acertiva, por vezes quase virulenta nas suas afirma��es, Thatcher rapidamente mudou as linhas condutoras da pol+itica brit�nica, quer interna quer externamente. No interior, a nova primeira-ministra tratou de acabar o mais poss�vel com o Estado protector que at� a� tinha sobrevivido e lan�ou as bases de um liberalismo que acabaria por marcar em definitivo a economia do pa�s ? a pontos de nem os pr�prios trabalhistas, quando regressaram ao poder com Tony Blair, terem tentado acabar com ele. A falta de di�logo ? atestada pelas mais diversas fontes, entre elas os sindicatos e o IRA irland�s ? ela a sua pr�pria forma de fazer pol�tica.

Externamente ? e para al�m da ?experi�ncia' das Maldivas ? Thatcher foi de algum modo a precursora do Brexit: virou-se novamente para os Estados Unidos como se fosse do lado de l� do Atl�ntico que estavam os seus principais aliados (Ronald Reagan haveria de lhe agradecer) e explicou � Uni�o Europeia que n�o estava interessada em que os brit�nicos perdessem a sua autonomia tanto na economia como no trato social.

Aquela que haveria de ficar conhecida como a Dama de Ferro nunca tentou verdadeiramente sair do espa�o comum, mas tamb�m nunca se reteve a deixar claro que os brit�nicos desconfiavam por princ�pio do resto dos pa�ses do continente.

No final, e enquanto a Coroa brit�nica a tornava baronesa (1995), Margaret Thatcher acabou por ser amada e odiada, como ela pr�pria tanto se esfor�ou para que sucedesse, mas nunca ningu�m conseguiu ficar-lhe indiferente.

in Di�rio Economico

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