As medidas expansionistas de pol�tica monet�ria adotadas pelo Banco Central Europeu (BCE) nos �ltimos anos reduziram a desigualdade em Portugal, sustenta um estudo publicado hoje pelo Banco de Portugal, no boletim econ�mico de maio.
O BCE come�ou a reduzir os juros de forma consistente desde meados de 2011, com as taxas a atingirem sucessivos m�nimos hist�ricos desde ent�o ? a principal taxa do BCE est� atualmente em 0%. Al�m disso, o banco central deu in�cio a pol�ticas n�o convencionais, como a compra de d�vida p�blica, o que contribuiu para descer ainda mais as taxas de financiamento de empresas e particulares.
O estudo analisa os efeitos em Portugal destas pol�ticas do BCE, atrav�s de um conjunto de canais de transmiss�o das medidas tomadas nos �ltimos anos: os pre�os de ativos, em particular de habita��o e de ativos transaccion�veis, a rentabilidade de neg�cios por conta pr�pria, a rentabilidade dep�sitos banc�rios, os custos de empr�stimos para habita��o e para consumo, e os rendimentos do trabalho.
A conclus�o � que pol�tica monet�ria expansionista do banco central "produz uma redu��o significativa na desigualdade da distribui��o da riqueza l�quida, sobretudo atrav�s das redu��es das taxas de juro no cr�dito � habita��o e do aumento dos recursos dispon�veis para investimento por via do aumento do emprego".
Embora a diminui��o da renda mensal aos bancos tenham o maior impacto, no caso dos dep�sitos, a redu��o da taxa de juro leva tamb�m a uma distribui��o menos desigual da riqueza, indica o estudo. A desigualdade no pa�s � ainda reduzida pela cria��o de emprego ? apesar de diferen�as entre diferentes faixas et�rias do mercado de trabalho, com a pol�tica monet�ria a beneficiar sobretudo as classes mais jovens e com menos qualifica��es.
Em sentido contr�rio, a melhoria da rentabilidade das empresas, induzida pelo crescimento do PIB, contribui para um aumento da desigualdade porque s�o sobretudo as fam�lias com maior riqueza de beneficiam deste efeito. Contudo, explica o estudo, as fam�lias com menor riqueza beneficiam "indirectamente" da maior rentabilidade das empresas, por via do aumento do emprego.