Desta vez n�o � sobre decis�es, mas sobre sinais. A taxa de juro de refer�ncia n�o dever� subir novamente j� este m�s, mas os analistas estar�o atentos ao comunicado da Reserva Federal norte-americana esta quarta-feira para descortinar�eventuais pistas sobre uma consolida��o de mudan�as na pol�tica monet�ria dos EUA. O foco do resultado da reuni�o de dois dias do�Federal Open Market Committee (FOMC) estar�, por isso, na folha de balan�os.
A taxa de juro indicadora, a�federal funds rate, dever� manter-se entre 0,75% e 1%, ap�s a subida de 25 pontos base em mar�o, segundo a previs�o dos economistas consultados pela Reuters. Uma nova subida s� dever� acontecer em junho,�sendo que est�o previstos mais dois aumentos at� ao final do ano e h� poucas hip�teses de uma revis�o da estrat�gia. �A fasquia para perturbar os planos da Fed est� agora mais alta do que nos �ltimos anos�, explicou o economista chefe do Barclays, Michael Gapen, referindo que h� menos possibilidades de a previs�o da Fed se alterar.
Apesar disso, Donald Trump poder� ser um fator disruptivo. O�secret�rio de Estado do Tesouro norte-americano anunciou na semana passada �a maior reforma fiscal e o maior corte de impostos� da hist�ria do pa�s. A medida consiste num corte fiscal para o imposto das empresas equivalente ao IRC,�de 39,6% para 15% e vai custar�ao Estado norte-americano cerca de 2,2 bili�es de d�lares ao longo de uma d�cada.
O FOMC ter� de avaliar as pol�ticas da administra��o norte-americana no que diz respeito a impostos, despesa p�blica e regulamenta��o. Se aprovadas pelo Congresso, as pol�ticas podem estimular a economia e levar a uma revis�o do n�mero de subidas nas taxas de juro.
Al�m das pol�ticas de Trump, os 12 membros do comit� t�m novos dados econ�micos para considerar este m�s. O crescimento econ�mico dos EUA n�o foi al�m de 0,7% no primeiro trimestre, enquanto o consumo se manteve est�vel. Por outro lado, o investimento subiu para os n�veis mais altos em uma d�cada e o desemprego caiu para 4,5%, o valor mais baixo em quase 10 anos.
Fim do reinvestimento em cima da mesa
�N�o v�o haver grandes mudan�as de pol�tica�, acredita o economista s�nior da Wells Fargo Securities, Sam Bullard. �Considero que v�o desvalorizar um pouco os dados do primeiro trimestre e focar-se mais no mercado laboral�. Assim, os analistas v�o estar a olhar para mudan�as no discurso que d�em sinais sobre o futuro, em especial sobre a pol�tica acomodat�cia e a poss�vel redu��o da folha de balan�o.
Em mar�o, a presidente Janet Yellen�explicou apenas que a pol�tica monet�ria se mantinha�acomodat�cia, mas as minutas divulgadas posteriormente mostraram que os membros discutiram uma invers�o da postura do banco central dos EUA ainda este ano. O comit� defendeu a ado��o de uma�pol�tica menos acomodat�cia sendo que �a maioria dos participantes antecipou a continua��o de aumentos graduais da�federal funds rate�e avalia como apropriada uma mudan�a na pol�tica de reinvestimento do comit� ainda este ano�.
Depois do fim do programa de compra de ativos, a Fed continuou a reinvestir os juros, uma estrat�gia que o FOMC dever� voltar discutir, apesar de ser pouco prov�vel que anuncie altera��es j� esta quarta-feira.
Os membros do comit� aconselharam uma�elimina��o gradual ou cessa��o da compra de t�tulos do Tesouro, bem como obriga��es hipotec�rias�ao mesmo tempo. A redu��o da folha de balan�a da Fed dever� ser feita de forma gradual e previs�vel por forma a acautelar um choque na economia causado pelo fim dos est�mulos.
No �ltimo encontro do FOMC, a 15 de mar�o, quase todos os membros consideraram que a economia dos EUA est� j� pr�xima do pleno emprego e que a infla��o subjacente n�o est� ainda estabilizada no objetivo dos 2%, de acordo com as as minutas da reuni�o. N�o houve, no entanto, concord�ncia sobre o risco da subida dos pre�os e os membros do comit� dividiram-se sobre se a infla��o ir� ultrapassar a meta ou n�o, o que poder� comportar um risco.
O comunicado da Reserva Federal ser� emitido �s 19 horas (em Lisboa), sem confer�ncia de imprensa de Janet Yellen. As minutas da reuni�o ser�o divulgadas a 24 de maio.