Movimento exige “decisão rápida” com solução ferroviária para Ramal da Lousã

altO movimento Lousã pelo Ramal defendeu esta terça-feira a reposição da ligação ferroviária a Coimbra e exigiu ao Governo que decida “rapidamente” uma solução com eletrificação da linha. Ao intervir numa reunião da Assembleia Municipal da Lousã, um porta-voz do movimento, Pedro Curvelo, recordou que “já se gastaram 140 milhões de euros” nas obras do projecto da Metro Mondego (MM), iniciadas em finais de 2009, por iniciativa do Governo de José Sócrates, que logo a seguir as suspendeu por falta de financiamento. O primeiro comboio chegou à Lousã há 108 anos, tendo o caminho-de-ferro sido inaugurado em 16 de dezembro de 1906. O antigo vereador do PSD da Câmara local disse que a “reposição imediata” da ferrovia deve assentar numa solução que “não comprometa definitivamente o transporte de mercadorias e uma ligação à Rede Ferroviária Nacional”, como recomenda um parecer do professor universitário Manuel Tão. O presidente da mesa, Amândio Torres (PS), recusou duas propostas de moção sobre o mesmo assunto, apresentadas pelas eleitas do BE e da CDU, Paula Cunha e Conceição Loureiro, alegando que tinham dado entrada, por correio electrónico, fora do prazo previsto no regimento. Paula Cunha e Conceição Loureiro enviaram as propostas ao presidente do órgão, na sexta-feira e no domingo, respetivamente, mas Amândio Torres disse que elas deveriam ter sido entregues com a antecedência de dois dias úteis A líder da bancada da coligação PSD/CDS, Ana Paula Sançana, ainda pediu ao presidente da mesa “para reconsiderar”, tendo em conta a importância da matéria e o facto de o Ramal da Lousã estar encerrado há cinco anos. A social-democrata sugeriu que a mesa poderia auscultar a Assembleia no sentido aceitar os documentos, mas Amândio Torres manteve a recusa, inviabilizando a sua discussão, apesar de admitir que os habitantes do concelho e da região têm sido “muito maltratados e desconsiderados” pelos vários governos. Ao recordar as vicissitudes do processo que visa há 18 anos implantar um sistema de metro, em Coimbra e no Ramal da Lousã, o presidente da mesa disse que, “em Lisboa ou no Porto”, a reação das populações seria assumida “de uma forma diferente”. “É extremamente lamentável que aconteça isto, por uma questão meramente regimental”, protestou também Manuel Cabral, independente eleito pela coligação PSD/CDS, depois de as proponentes das moções terem registado a recusa da mesa “com pesar”. Orlando Reis, membro do Lousã pelo Ramal e antigo eleito da CDU na Assembleia Municipal, alertou que “vai sendo tempo” de os responsáveis autárquicos “porem os pés assentes na terra e pensarem antes de mais nos utentes que precisam deste meio de transporte”. Pedro Curvelo entregou à mesa e às bancadas (PS, PSD/CDS, BE e CDU) o estudo em que Manuel Tão propõe uma solução ferroviária para o Ramal da Lousã, além de um manifesto que rejeita “soluções alternativas de autocarros elétricos ou um adiar eterno de soluções do tipo do Metro Mondego, sem viabilidade financeira e desadequado a uma via com características suburbanas”.

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