Investimento imobiliário europeu atinge 44 mil milhões de euros no 2º trimestre de 2014

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De acordo com o mais recente estudo da consultora imobiliária global CBRE, a actividade de investimento em imobiliário comercial na Europa totalizou 44 mil milhões de euros durante o segundo trimestre de 2014, reflectindo uma subida de 28% face a período homólogo de 2013 e um aumento de 10% em relação ao primeiro trimestre de 2014.

Em nota de imprensa enviada ao Construir, a consultora imobiliária sublinha que, à excepção do quarto trimestre de 2013 e do quarto trimestre de 2012, o segundo trimestre de 2014 regista o maior investimento desde 2007.

Segundo a mesma fonte, França registou um aumento significativo dos volumes de investimento, com transacções no valor de 6,9 mil milhões de euros durante o segundo trimestre de 2014, o que se traduz numa subida de 82% face ao trimestre anterior e o dobro do nível verificado no segundo trimestre de 2013.

Nicolas Verdillon, Executive Director do Departamento de Capital Markets da CBRE em França, comenta: "a falta de produto em França atrasou a recuperação da actividade de investimento neste país, a qual é agora muito bem-vinda uma vez que na Europa esta recuperação já se sentia há já algum tempo. Actualmente, os investidores institucionais das principais economias estão activos ou a prepararem-se para entrar no mercado e faz-se sentir um panorama mais positivo.  Paris é uma escolha óbvia num portfólio internacional e com as taxas de capitalização (yields) nos principais Centros Empresariais (CBD) em contração, os investidores viram-se agora para outros sub-mercados estabelecidos de Paris".

Relativamente ao Reino Unido, ao que a CBRE apurou, os investidores continuaram a estar mais activos fora da zona central de Londres no segundo trimestre de 2014. De acordo com a consultora, cerca de 60% do investimento total no Reino Unido verificou-se fora da capital. Paralelamente, no segundo trimestre de 2014 foram realizadas transações de cerca de mil milhões de euros, por investidores estrangeiros, fora da zona central de Londres, incluindo dez transações de investidores asiáticos e do Médio Oriente, uma delas por valor superior a 200 milhões de euros. A consultora revela ainda que o capital não europeu tem-se estendido progressivamente às cidades regionais do Reino Unido, desde o pior momento do mercado no segundo trimestre de 2009.

Jonathan Hull, Managing Director, do Departamento de Capital Markets da região EMEA da CBRE, comenta: "o crescente interesse em cidades regionais do Reino Unido, como Birmingham e Manchester deve-se em parte a uma forte disputa pelo produto de investimento limitado na zona central de Londres, mas reflecte também um aumento da confiança dos investidores. Os compradores, em particular da Ásia e do Médio Oriente, estão agora mais dispostos a explorar opções para além de Londres, desde que possam continuar a comprar em localizações centrais com arrendamentos de qualidade em vigor". 

Cristina Arouca, Directora de Research e Consultoria da CBRE Portugal, refere que "o mercado de investimento parece definitivamente ter recuperado. O crescente interesse por parte de players internacionais, revelado desde o início da segunda metade de 2013, intensificou-se este ano com vários investidores de diferentes países a demonstrar interesse na aquisição de activos em Portugal. A procura mantem-se especialmente forte por activos prime, nomeadamente escritórios e lojas de rua com contratos seguros, assim como por activos com boa localização e um forte potencial para acrescentar valor".

Em Portugal, o investimento em imobiliário comercial ascendeu a 84 milhões de euros no segundo trimestre, resultando num total de 115 milhões para a primeira metade do ano. Destacam-se nesse trimestre a alienação das instalações da EDP no Marquês de Pombal (num total de quatro edifícios) a um investidor americano, e a venda do edifício Duque de Palmela 23, sede de uma firma de advogados, a um investidor asiático. Estes negócios foram assessorados pela CBRE e dizem respeito a edifícios de escritórios localizados no CBD 1.

Cristina Arouca, salienta ainda que, existem diversos activos em oferta e negociações em curso, pelo que a previsão da consultora é de um crescimento no volume de investimento nos próximos trimestres, que poderá resultar num investimento superior a 600 milhões de euros, ou seja mais do dobro do registado no ano passado.

in Construir

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