De acordo com o Portuguese Housing Market Survey (PHMS) de Abril de 2013, o mercado de compra e venda de habitação voltou a travar a queda de alguns dos seus principais indicadores, dando continuidade aos sinais de estabilização iniciados no mês anterior e que interromperam o percurso de agravamento da performance que este mercado tem vindo a registar nos últimos dois anos.
Segundo a mesma fonte, em Abril, as expectativas sobre vendas tornaram-se positivas pela primeira vez desde Setembro de 2010, e o mesmo sucedeu com as novas ordens de venda (ofertas), que aumentaram pela primeira vez desde Outubro de 2010. De acordo com o Portuguese Housing Market Survey , considerando os sinais positivos do mês passado, relativos ao maior interesse por potenciais compradores, parece haver motivo para considerar estas tendências como algo mais do que simples variações sem sustentação.
Josh Miller, Economista Sénior do RICS, alerta: "o inquérito de Abril traz sinais de estabilização no mercado de compra e venda. Contudo, nesta fase devemos ser cautelosos quanto a concluir que o mercado atingiu definitivamente um ponto de viragem. Os preços descem e o contexto económico é débil, com o desemprego nos 17,5%. Ao mesmo tempo, o mercado de arrendamento parece estar a perder dinamismo."
Não obstante, continua a mesma fonte, apesar de se interpretar como positivos estes resultados sobre o mercado de compra e venda, os preços continuam a descer, com esse indicador a situar-se nos -45,indicando que mais 45% dos inquiridos registou descidas em vez de subidas nos preços. Espera-se por isso que os preços continuem a cair, com o saldo sobre expectativas depreços a situar-se nos-39 pontos. Quanto ao índice de confiança, que combina as expectativas sobre preços e vendas, apesar de se manter negativo, nos -17 pontos, regista uma melhoria marcada face aos meses anteriores.
Já o mercado de arrendamento, que tem beneficiado da quebra na actividade de vendas e do acesso limitado ao crédito imobiliário, registou, em Abril, um abrandamento no nível de procura e uma apenas ligeira subida no nível de oferta.
Já no que diz respeito ao volume de contratos celebrados, teve a mais baixa taxa de crescimento desde que o PHMS acompanha o mercado de arrendamento (em Outubro de 2011). Em paralelo, as rendas continuam a cair, sendo as expectativas para a sua evolução claramente negativas. Regionalmente, os indicadores para o arrendamento são mais fracos no caso da região de Lisboa face à do Porto e ao Algarve.
Ricardo Guimarães, Director da Ci, conclui: "com a aproximação do período do Verão começa a observar-se alguma criação de maiores expectativas nos operadores com actividade no Algarve. Os agentes nesta região perspectivam poder tirar partido dos preços baixos e do potencial do imobiliário como activo de refúgio para atrair investidores para essa região."
