PS/Porto quer explicações do Governo sobre espólio de Siza Vieira

A Federação Distrital do PS/Porto exigiu esta sexta-feira explicações do Governo sobre a eventual cedência do espólio de Álvaro Siza Vieira ao Canadá e uma “discussão sobre criação de uma instituição segura e firme” para acolher a obra do arquitecto.

“É necessário que se proceda a uma discussão sobre criação e defesa de uma instituição segura e firme, que permita a manutenção e exibição das obras de Siza Viera e de demais arquitectos com relevância nacional”, defende a Federação, num comunicado assinado pelos secretários distritais Avelino Oliveira e Carla Miranda.

A distrital do PS diz não conseguir “acreditar que, por ser de Matosinhos, o património de Siza Vieira não seja tratado como um tema da maior relevância nacional”. “Queremos proteger a Arquitectura nacional e exigimos respeito pelo património que é de todos”, acrescentam.

Os reparos surgem depois de surgir uma informação que consideram “arrepiante para o património colectivo”, devido ao facto de Siza Vieira admitir “ceder o seu espólio ao Canadá”. “Como pode um país como Portugal, reconhecido pelos seus arquitectos e a sua Arquitectura deixar que isto aconteça? O espólio de Siza é muito mais valioso que os Miró que o Governo queria vender a troco de quase nada”, alertam.

A Federação sustenta ainda que “isoladamente, a Câmara de Matosinhos terá muitas dificuldades em conseguir levar para a frente o desafio da construção da Casa do Arquitecto”, vincando que “o Estado não pode permitir que este projecto se perca nos meandros da esfera municipal”

O secretário-geral do PS, António José Seguro, manifestou em Gondomar enorme preocupação com a possibilidade de o espólio de Siza Vieira sair de Portugal, considerando que devem ser movimentadas todas as disponibilidades entre Governo e autarquias para evitar essa saída.

Seguro adiantou que já pediu – e tem agendada para quarta-feira – uma reunião com o arquitecto, sublinhando que é “nossa responsabilidade é fazer tudo para que esse espólio fique em Portugal”. “Considero que devem ser movimentadas todas as disponibilidades entre Governo e autarquias para se encontrar uma solução concreta para que o espólio fique no nosso país”, defendeu.

Seguro foi peremptório: “não podemos é cruzar os braços quando há uma notícia a dizer que o espólio pode sair do nosso país e ir para o Canadá”. A revista Visão e o jornal Público noticiaram quinta-feira que o arquivo de Siza Vieira poderá ir para o Centro Canadiano de Arquitectura, em Montreal.

in Construir

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