Argamassa para a reabilitação criada na Universidade de Aveiro vai ser comercializada

Uma “spin-off” da Universidade de Aveiro que desenvolveu uma argamassa específica para reabilitação de edifícios antigos vai colocar o produto no mercado, numa parceria com uma empresa do setor, anunciou esta segunda-feira fonte universitária.

Desenvolvida por três jovens estudantes do Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Aveiro, que recriaram tecnologias tradicionais em desuso com a proliferação do cimento, a argamassa é compatível com materiais de construção antigos e é durável, flexível e resistente. “Estas argamassas são isentas de produtos cimentícios e hidráulicos. A nossa tecnologia inovadora consegue evitar problemas correntes que as argamassas hidráulicas apresentam, quando aplicadas indevidamente sobre edifícios antigos”, afirma Diogo Pires que, juntamente com os colegas Luís Mariz e David Monteiro, criou e aperfeiçoou uma gama de argamassas, atendendo aos antigos materiais de construção.

A ideia dos estudantes da UA, que há um ano criaram a “spin-off” DDL Argamassas, que se instalou na Incubadora de Empresas da Universidade, surgiu da constatação de que mais de 720 mil fogos do parque imobiliário português têm mais de 70 anos e que “precisam com urgência” de serem reabilitados.

Com uma composição à base de cal aérea, areia e aditivos naturais, estas formulações especiais desenvolvidas na UA permitem colmatar algumas lacunas identificadas em argamassas antigas, como facilidade de aplicação, tempo de cura mais rápido e permeabilidade ao vapor de água mais elevada e maior elasticidade, logo com menor probabilidade à fissuração e maior durabilidade.

As argamassas apresentam ainda a vantagem de serem adaptadas para interiores ou exteriores, de permitirem reparações pontuais, de poderem ser utilizados em cerâmicos ou em enchimento de roços e orifícios e de serem ambientalmente mais sustentáveis, uma vez que se socorrem de produtos naturais.

Dos laboratórios o produto passa agora à fase de comercialização, numa parceria estabelecida com a CIN, que o vai distribuir no mercado nacional e em sete países europeus, tendo ainda em perspetiva a colocação nos mercados angolanos, moçambicanos e de São Tomé e Príncipe.

Para a DDL, “a parceria com a CIN demonstra a elevada preocupação desta empresa portuguesa em apoiar os empreendedores nacionais bem como na aposta em produtos inovadores”.

Para a CIN, segundo Pina Gomes, gestor de produto “a aposta nesta nova gama permite à empresa colocar à disposição do mercado um produto de tecnologia tradicional, com um desempenho atual totalmente compatível com as metodologias e tipos de materiais utilizados na construção de monumentos e edifícios antigos” e “é uma forma de apoiar a investigação científica e a transformação da mesma em negócio”.

in Construir

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