Direcção Regional de Cultura admite rever projecto do Mercado do Bolhão

altA Direcção Regional de Cultura do Norte (DRC-N) acordou com a Câmara do Porto “reequacionar” o projecto do Mercado do Bolhão para uma “redução substancial” da área de construção e respectivos custos, revelou esta quinta-feira o seu director.

Em declarações à Lusa, António Ponte, director regional de Cultura do Norte, indicou que “a reapreciação do projecto poderá envolver a redução dos pisos de cave” e deu como certa a eliminação do estacionamento, mas, sobre a exclusão da cobertura, insistiu apenas que a questão “está a ser reequacionada”.

O responsável admite que a revisão do projecto de 20 milhões de euros provocará “certamente uma redução significativa dos custos”, mas o montante só será determinado depois de o processo “estar completamente fechado”.

“O arquitecto está a rever o projecto para que a Câmara, em parceria com DRC-N, possa redefinir a própria funcionalidade do mercado e aquilo que espera para o espaço”, descreveu.

A decisão teve por base “a filosofia que o novo executivo [liderado pelo independente Rui Moreira numa coligação pós-eleitoral com o PS] tem para o mercado e a disponibilidade financeira para o reabilitar”, acrescentou.

Em 2012, o actual vereador do Urbanismo, Manuel Correia Fernandes (PS), então na oposição, colocou “a cabeça profissional no cepo” sobre a possibilidade de reduzir os custos do projecto.

A DRC-N alertou na altura que retirar ao Bolhão elementos para o tornar mais barato podia “hipotecar irreversivelmente” a sua transformação “num mercado do século XXI ou adiar a sua morte”, citando a subtracção “da cobertura metálica, elemento essencial para o funcionamento do mercado ou o estacionamento na segunda cave”.

António Ponte esclareceu que “depois da tomada de posse do novo executivo” existiram “várias reuniões” e “houve um entendimento de reavaliar o projecto”.

Reconhecendo que “o interesse de ambas as partes” é que o processo seja concluído “tão breve quanto possível”, o director explicou não poder precisar demorará “um mês, dois ou meio ano”.

“Não é só a arquitectura, é também a engenharia do projecto que tem de ser reapreciada. Há todo um conjunto de projectos que tem de ser reapreciados ou redimensionados”, justificou.

A reapreciação “poderá envolver a redução substancial da área de construção, nomeadamente dos pisos de cave”, mas não todos, “porque será preciso um para infra-estrutura de higiene alimentar”.

“Haverá uma redução ao nível do parqueamento, tal e qual a Câmara apresentou”, acrescentou. O Jornal de Notícias desta quinta-feira indica que o projecto foi reduzido para 10 a 12 milhões de euros, devido “à exclusão de dois pisos de cave e da cobertura”. “A Câmara é o dono de obra, nós estamos disponíveis a negociar. Temos alguns limites e o arquitecto está a preparar nova proposta para ser apreciada”, frisou António Ponte, quando questionado sobre a cobertura. O presidente da Câmara revelou em Fevereiro ter “o conceito” de reabilitação do Bolhão “perfeitamente definido”, afirmando ser “prudente” esperar por Abril para saber se seria financiado por fundos comunitários. Enquanto candidato, Rui Moreira defendeu dotar o mercado de áreas de restauração, cultura e imobiliário, sem construção de estacionamento, e concessioná-lo a privados. O candidato do PS, Manuel Pizarro (actual vereador da Habitação) apontava os oito milhões de euros como teto máximo para o investimento num mercado que não pretendia cobrir.

 

in Construir

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