As pessoas são influenciadas pelo facto de serem pobres, mas não são definidas por isso
Começou pelas primeiras coisas: as personagens da infância, aquelas que se continuam a ver depois de crescer, mesmo até depois de elas desaparecerem. "Começou" é uma maneira de dizer. Antes do romance "As Primeiras Coisas" (Quetzal), Bruno Vieira Amaral publicou um livro de não-ficção, começou a trabalhar no departamento de comunicação do grupo Bertrand Círculo, foi segurança, foi empresário de um bar, gerente de um posto de gasolina, estudou História, e não necessariamente por esta ordem. Foi um faz-tudo, espécime exemplar da sua geração. Cresceu nos subúrbios, mas havia, no final dos anos 80, quem se lembrasse de construir bibliotecas nos bairros mais improváveis e numa delas encurtou a distância que havia entre ele e as palavras. Algumas pessoas sentem a "narrativa" na pele. Outras pessoas, como Bruno Vieira Amaral, encarregam-se de fazer com que as narrativas não marquem, não definam, não limitem, e que devolvam às pessoas aquilo que é delas: as suas histórias.
in Jornal de Negócios

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