Área Metropolitana do Porto critica “desinvestimento” em infra-estruturas do Norte

Os autarcas da Área Metropolitana do Porto criticaram esta sexta-feira o “desinvestimento” no aeroporto Sá Carneiro e a “desqualificação” da linha do Vouga, prometendo participar na consulta pública do documento sobre as infra-estruturas de elevado valor acrescentado.

Em reunião do Conselho Metropolitano do Porto (CmP), o presidente da Câmara de Espinho, Pinto Moreira apontou como positivas neste relatório que define um total de 30 projectos prioritários até 2020 a modernização da Linha ferroviária do Norte e a ampliação do Porto de Leixões, mas criticou o “desinvestimento” no aeroporto Francisco Sá Carneiro e demonstrou “preocupação com a desqualificação da Linha do Vouga”.

A questão da Linha do Vouga já tinha sido objecto de apreciação pela antiga Junta Metropolitana do Porto, que em Março de 2012 apresentou um estudo do custo-benefício da ligação ferroviária do Vouga, no troço Oliveira de Azeméis-Espinho-Porto.

Os autarcas dos municípios situados a sul de Gaia reclamam uma ligação da linha do Vouga à Linha do Norte para que haja mais mobilidade entre os concelhos da AMP.

O presidente da Câmara de Santa Maria da Feira, Emídio Santos Sousa, disse mesmo entender que “o transporte ferroviário devia ser muito bem acautelado para ligar a AMP”.

Já o autarca de São João da Madeira, Ricardo Figueiredo, destacou a importância da “requalificação da linha do Vouga para a coesão da AMP”, considerando que os seis milhões que o relatório indica estarem destinados a esta ligação ferroviária “não cumprem minimamente o objectivo”.

No âmbito da discussão sobre a mobilidade para a AMP, o presidente do CmP, Hermínio Loureiro anunciou ainda que, no âmbito de uma reunião com o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, que decorreu no Porto no início da semana, ficou definido que a AMP, accionista da empresa Metro do Porto, “vai ter um representante na equipa que vai preparar todos os processos” em curso, no âmbito das políticas de mobilidade.

Em causa está o Plano Estratégico de Transportes, que prevê a fusão das empresas Metro e Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP), bem como “a operação de transportes na AMP”, que inclui a CP e operadores privados.

O presidente da Câmara de Santo Tirso e vice-presidente do CmP, Joaquim Couto, afirmou que esta é “porventura a questão mais nuclear e aquela que pode gerar mais consensos” entre os 17 autarcas da AMP, desejando que o CmP “tivesse no relacionamento com o Governo uma posição muito clara, para se evitar a dispersão e o aparecimento de grupos mais ou menos organizados”.

in Construir

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