Como se as palavras não chegassem para tudo o que estamos a viver...
Palavras, começámos a falar sobre elas. Beatriz Batarda é particularmente sensível às palavras. Porque elas, as palavras que usamos, dizem muito sobre nós. De onde vimos, o que nos move na vida. "No processo da análise de um texto, podemos construir toda uma personagem analisando a escolha do seu vocabulário, fazendo, por exemplo, listas das palavras mais ditas e das palavras menos ditas". Em William Shakespeare, a actriz e encenadora Beatriz Batarda encontrou palavras à altura da urgência daquilo que é preciso espelhar. Os textos contemporâneos, nestes momentos, podem parecer objectos frívolos. Como se as suas palavras não chegassem para tudo o que estamos a viver. A linguagem de Shakespeare serve melhor o sentir de Beatriz Batarda, encenadora da peça "Como queiram /As you like it", uma comédia pastoril daquele autor inglês, daquele génio da observação da condição humana. Lá está uma corte liderada por um duque usurpador. E heróis que são expulsos ou exilados. E a Floresta de Arden, um não lugar, espaço de libertação. Um 25 de Abril. Beatriz Batarda nasceu há quarenta anos. Tem a idade da revolução. A peça que encena, e que tem nomes como Carla Maciel, Nuno Lopes, Marco Martins, Bruno Nogueira e Rui Mendes, está no Teatro São Luiz, em Lisboa, até Domingo. Segue para espaços como o Teatro Viriato, em Viseu, o Teatro Carlos Alberto, no Porto, o Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães, e o Theatro Circo, em Braga.
in Jornal de Negócios

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