Humberto Silva, jovem arquitecto de Lisboa, é o vencedor do concurso internacional de ideias lançado pela Ordem dos Arquitectos — Secção Regional do Norte (OASRN) para o quarteirão da Aurifícia, no Porto, disse esta quarta-feira à Lusa fonte da organização.
Ao concurso, que decorreu até 18 de Setembro, apresentaram-se 34 equipas concorrentes oriundas de Portugal, Itália, Holanda, França, Lituânia, Brasil, Paquistão, Suíça e Egipto, das quais foram admitidos 31 trabalhos, sendo excluídas três propostas por incumprimento do regulamento.
Segundo o júri do concurso, a proposta de Humberto Silva “considera o quarteirão como uma entidade estável, respeitando a sua identidade e potencial, minimizando as intervenções arquitectónicas e urbanísticas de uma forma contida e adequada, valorizando a relação do interior do quarteirão com os espaços envolventes”.
O quarteirão da Aurífica, no Porto, é uma antiga instalação fabril classificada como de Interesse Público. A fábrica, fundada em meados do século XIX, começou por trabalhar peças de ourivesaria mas também pregos e parafusos e ocupa um terreno 1.600 metros quadrados que vai da rua dos Bragas à rua Álvares Cabral.
Foi integrada no conjunto de imóveis desta artéria que recebeu a classificação em Dezembro de 2012, referindo o Governo tratar-se de um “património excepcional” e “o exemplo mais bem preservado e coerente de uma instalação industrial dos séculos XIX-XX na área metropolitana do Porto”.
O júri destacou também, no projecto vencedor, “a forma como resolve a articulação do edificado com o espaço aberto que constitui o interior do quarteirão, através da proposta de um conjunto de habitações que delimitam o espaço privado do público, criando uma nova frente de quarteirão”
O projecto “interioriza o jardim Hermann Burmester, mantendo as suas características fundamentais, redimensionando-o e relacionando-o com a rua de Cedofeita” e a “proposta de intervenção sobre o edifício da Companhia Aurifícia é muito contida, mantendo as suas características essenciais e preconizando a sua reutilização com a instalação de equipamentos e actividades lúdicas”.
O segundo classificado foi a [i]da arquitectos — Ivan de Sousa e Inês Antunes, que se apresentaram a concurso com um projecto coordenado pelo arquitecto Ivan de Sousa, e o terceiro foi o Atelier Lupini Machado, com um projecto coordenado pelo arquitecto João Filipe Baptista Machado.
O primeiro prémio receberá 8.000 euros, o segundo 5.000 euros e o terceiro 3.000 euros. O júri decidiu também distinguir com menções honrosas o Atelier Orgânica Arquitectura Lda e Juan Marcos Rodriguez Díaz e Carmen Largarcha Polo.
A cerimónia de entrega dos prémios inauguração da exposição dos trabalhos do Concurso acontece quinta-feira 18h45, na Casa das Artes, no encerramento do seminário internacional `A Cidade Resgatada, Reabilitar a cidade (re)desenhando-a`.