PSI 20 contagiado pelo desvanecer do entusiasmo na Europa

Os investidores na Europa respiraram de alívio com a vitória de Emmanuel Macron nas presidenciais francesas este domingo, mas o entusiasmo foi travar pela previsibilidade do resultado. Os principais índices bolsistas na Europa começaram a sessão com ganhos, mas inverteram a tendência ao longo da manhã e Lisboa não foi exceção.

“O PSI20 foi uma das praças que mostrou um comportamento ajustado às expetativas, aquando da eleição de Macron, reagindo em alta no início da manhã”, explica o gestor da corretora XTB, João Tenente. “Contudo, a bolsa nacional foi arrastada pelas restantes praças e segue agora a negociar perto do preço de fecho da semana passada.

“A forte valorização do euro provocou algum receio nos investidores europeus, que viram assim diminuída a sua competitividade face aos restantes países como os EUA, o que gerou esta queda repentina das bolsas europeias”.

A bolsa nacional segue na linha de água, com 5.255,66 pontos e destaca para a época de resultados. Os CTT lideram os ganhos no índice, a subir 2,42% para 5,787 euros por ação. Segundo o trader no Banco Carregosa, Paulo Rosa, “os CTT estão focados nos dividendos que entram em vigor no dia 17 de maio e poderá resultar num upside“.

A Navigator avança 1,70% para 4,017 euros por ação. “Os resultados da Navigator ficaram aquém da expetativa e as ações da empresa caíram durante dois dias seguidos”, referiu Rosa. “Agora está a subir, mas parece-me exagerado porque os resultados não foram positivos”.

Em sentido contrário, a Corticeira Amorim lidera as perdas, a cair 3,96% para 11,145 euros por ação, seguida pela Pharol, que recua 2,42% para 0,282 euros por ação. O BCP desliza 0,22% para 0,230 euros, no dia em que vai apresentar resultados do primeiro trimestre depois do fecho da sessão. A média de previsões dos analistas apontam para lucros de 42 milhões de euros.

Na Europa, a tendência é de perdas ligeiras, depois do entusiasmo com as eleições em França. O francês CAC 40 perde 0,86%, enquanto o alemão DAX recua 0,17%, o espanhol IBEX 35 desce 0,63% e o italiano cai 0,36%.

João Tenente explica que este foi um dos mais importantes testes à continuidade da União Europeia. “A seguir aos últimos atos de terrorismo em França, os investidores mostravam-se receosos com a possibilidade destes acontecimentos poderem levar Le Pen ao poder, o que poderia provocar alguma incerteza quanto à continuidade do país na união, bem como ao encerramento das fronteiras num dos países que mais emigrantes possuí”.

No entanto, o resultado era amplamente esperado, o que travou as valorizações. O foco está agora nas políticas monetárias do Banco Central Europeu com os investidores a esperam para perceber se a redução do risco na União Europeia poderá levar a instituição liderada por Mario Draghi a começar a reduzir os estímulos.

in Diário Economico

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