Os seus produtos estão a comunicar. Está a prestar atenção ao que dizem?

À medida que estes produtos se tornam mais inteligentes e conectados, torna-se imperioso que os fabricantes os escutem de forma individual e coletiva, antecipando defeitos de fabrico, melhorando o seu design, evitando reparações de custo avultado e danos na reputação da marca.

Ao alavancar a informação gerada pelos produtos digitais, um fabricante pode reduzir o tempo do ciclo de deteção e correção entre 50% a 90%, o que se refletirá, em última instância, em valor para o acionista. Interpretar o que os produtos transmitem introduz nas empresas grandes desafios tecnológicos, processuais e organizacionais. Existem no entanto algumas recomendações que podem contribuir positivamente nesta jornada:

1. Estabelecer um ambiente de dados focado no negócio – capturar apenas a informação essencial para as questões que os fabricantes pretendem ver respondidas, ao invés de tentar integrar milhões e biliões de dados de forma não sistematizada (um veículo a funcionar 6 a 10 horas gera um petabyte de informação/dia),

2. Estabelecer o alinhamento funcional com vista à fiabilidade do produto – definir métricas de forma transversal, assegurando uma abordagem holística e reduzindo o tempo de deteção e correção (D2C),

3. Adotar sistemas baseados na engenharia e em análises de fiabilidade do produto. Atualmente os principais fabricantes utilizam ferramentas e processos que gerem de forma sistematizada as relações entre os diferentes sistemas, componentes, software e diagnóstico de bordo dos equipamentos, permitindo medir e detetar falhas de sistema, por vezes meses antes de o problema surgir e de se materializar numa reclamação de garantia,

4. As ações de correção geradas, nomeadamente através de ferramentas analíticas avançadas, necessitam da alocação de recursos e investimento, quer seja ao nível do desenho, produção ou manutenção do produto. As ações corretivas deverão ser incorporadas para prevenir problemas e melhorar a nova geração de produtos, 5. Não faça o caminho sozinho – o processo, a tecnologia e as alterações organizacionais requerem o compromisso numa longa jornada. Os principais fabricantes têm envolvido parceiros para apoiar o desenvolvimento e a implementação necessários. l

in Diário Economico

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