Decorre hoje no Cineteatro Joaquim de Almeida, no Montijo, o IV Fórum da Associação Abrigo, que tem como tema principal o desafio de ser criança no século XXI, tanto no mundo, como também em Portugal, país que, desde 1976, no artigo 69 da sua Constituição, consagra já o direito à infância, mas que tem atualmente a segunda menor taxa bruta de natalidade da Europa, com 8,3%, e a mais baixa taxa geral de natalidade (n.º de filhos por mulher em idade fértil) do espaço europeu, com 36%.
De facto, como referiu na sessão de abertura dos trabalhos o presidente da Associação Abrigo, Jacinto Pereira, a austeridade e as assimetrias entre os vários países europeus dificulta cada vez mais a proteção das crianças em Portugal, onde a taxa de crianças em risco de pobreza com idade inferior a 17 anos é de 29,6%, bem acima da média europeia, de 26,9%.
Esta e outras temáticas estarão em debate ao longo do dia, em dois painéis. O primeiro, Ser Criança no Mundo, será constituído por Javier Urra, Primer Defensor Del Menor de Espanha e Professor de Psicologia na Universidade de Madrid; Manuela Ramalho Eanes, presidente honorária do Instituto de Apoio à Criança; e Rosa Coutinho, do Comité Português para a UNICEF.
O segundo painel debruça-se sobre o tema Ser Criança em Portugal e terá como intervenientes Rui Fiolhais, presidente do Instituto de Segurança Social; Luís Villas-Boas, diretor do Refúgio Aboim Ascensão; Carlos Ferreira Neto, professor catedrático da Faculdade de Motricidade Humana; e Ana Melo, investigadora do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. A moderação estará a cargo de Álvaro Laborinho Lúcio, juiz conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça jubilado.
