"Se houver um terramoto, não há meios para socorrer a área metropolitana"

O presidente da Associação Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP), Fernando Curto alertou, em entrevista ao Notícias ao Minuto, para as fracas condições com que os bombeiros trabalham. "Continua a haver um desequilíbrio muito grande entre a prevenção e o combate, se houver um terramoto e a cidade de Lisboa ficar inoperacional, não há bombeiros com meios suficientes para socorrer a área metropolitana".

Bombeiro há 32 anos, admite que "deveria haver uma força de reserva que estivesse disponível para intervir. Nós estamos sempre nos recursos mínimos ou abaixo dos mínimos.”

Para Fernando, não há bombeiros em Lisboa que tenham meios suficientes para socorrer a área metropolitana.”E os bombeiros da periferia não têm viaturas e homens como há em Lisboa. São estas questões que os políticos deviam debater, ao invés de as evitar ou adiar”, defende.

Para alguns especialistas da área, um terramoto com as dimensões do de 1755 pode acontecer a qualquer altura, mas para outros, temos de esperar cerca de 100 anos para que tal destruição acontece. No entanto, Portugal não está preparado. “Se na capital do país estamos bem preparados e temos equipamentos, porque é que os outros não podem ter? Na eventualidade de haver um terramoto em Lisboa e os meios ficarem inoperacionais, temos de ter ajuda do resto do país. Mas se no Porto ou em Setúbal não têm meios suficientes como é que vêm para Lisboa?”, questiona.

Os meios que os municípios têm hoje em dia são proporcionais aos riscos, não existe salvaguarda em nenhuma zona do país. Deveria haver uma força de reserva que estivesse disponível para intervir. Há dinheiro para tudo, menos para os bombeiros e para a proteção civil. Acho que os políticos já se deram conta de que não podem adiar mais este problema.”

 

in Diário Economico

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