Os franceses vão às urnas no próximo domingo para escolher o próximo presidente da República. Marine Le Pen, candidata de extrema-direita, e Emmanuel Macron, candidato centrista, estiveram pela última vez frente a frente antes do grande dia num debate que fica marcado por duras críticas e ataques de ambas as partes.
Le Pen chama a Macron “o candidato da globalização selvagem” e da “uberização”, tentando compará-lo a François Hollando. Já o segundo acusou a adversária de “dizer disparates” e fugir às perguntas. “Não está a responder”, dizia. O debate foi aceso, com os moderadores a terem de travar a troca de acusações, especialmente quando o tema foi economia ou segurança.
Macron afirmou querer criar uma poupança no orçamento do Estado de 60 mil milhões de euros com vista a cumprir o teto de 3% do Procedimento por Défice Excessivo da União Europeia. Sobre investimento público, a promessa é de 50 mil milhões de euros a serem investidos em cinco anos no ambiente, inovação e infrastruturas.
Propostas que, Le Pen defendeu, terão contrapartidas, dizendo que se Macron é socialista, vai dar com uma mão e tirar com outra. A líder da Frente Nacional acusou ainda o centrista de não ter apoiado as empresas e as famílias enquanto ministro da economia. Por outro lado, “eu tenho propostas para devolver dinheiro aos franceses: com uma redução de 10% na primeira de três tranches dos impostos sobre os rendimentos”, contrapôs a candidata.
As últimas sondagens indicam a vitória de Macron na segunda volta das eleições presidenciais em França. Segundo o instituto francês de estudos independentes Odoxa, as intenções de voto indicam que Macron seja eleito com 59% dos votos, enquanto a candidata da Frente Nacional não irá além de 41%.
Na primeira volta das eleições, no dia 24 de abril, Emmanuel Macron contabilizou 23,49% dos votos (7,9 milhões) contra 22,09% (7,43 milhões) para Marine Le Pen. Segundo os dados oficiais, a abstenção foi de 21,87%. O número de franceses que foi às urnas foi 34,56 milhões.
Pelo caminho ficaram o conservador François Fillon, com 19,75%, apenas ligeiramente acima dos 19,45% do candidato comunista Jean-Luc Mélenchon, enquanto o socialista Benoît Hamon foi um dos principais derrotados da noite eleitoral, com um resultado de apenas 6,20%.
[Em atualização]