A CP reduziu a dívida em 498,5 milhões de euros no ano passado, para 3.027 milhões de euros.
De acordo com o relatório e contas da transportadora ferroviária nacional referente ao exercício de 2016, hoje publicado na CMVM – Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, “durante o ano, a CP procedeu a amortizações de cerca de 498,5 milhões de euros, nomeadamente BEI [Banco Europeu de Investimento], no montante de 42,7 milhões de euros, Eurofima, no valor de 75 milhões de euros e empréstimo da DGTF [Direção-Geral do Tesouro e das Finanças], no montante de 380,5 milhões de euros”.
“A estrutura da dívida manteve-se praticamente inalterada, com a dívida de médio e de longo prazo a apresentar um peso preponderante, para o que contribuiu o empréstimo celebrado com o Estado português no último trimestre de 2014. Este empréstimo representa agora cerca de 63% da dívida total”, destaca o referido relatório e contas da CP, ainda não aprovado pela tutela, aliás como o relatório e contas referente ao exercício de 2015.
Com efeito, em novembro passado o estado, através da DGTF, fez um empréstimo de 212,2 milhões de euros, por conversão de créditos.
Ao longo do ano de 2016, a CP beneficiou de diversas operações similares, tendo conseguido aumentar o capital estatutário em 654,9 milhões de euros, montante totalmente subscrito pelo estado português.
Apesar destas injeções de capital, a empresa liderada por Manuel queiró está longe de se encontrar numa situação financeira saudável.
É o próprio auditor das contas da CP que chama a atenção para esse facto, sublinhando que, a 31 de dezembro passado, a transportadora ferroviária nacional apresentava um capital próprio negativo na ordem dos 2,6 mil milhões de euros.
Mesmo assim, as injeções de capital proporcionadas pelo Estado português evitaram que a CP se tivesse de endividar mais em 2016, repetindo um padrão já ocorrido em 2015.
No ano passado, a CP averbou novos prejuízos, na casa dos 144,6 milhões de euros, embora este desempenho tenha traduzido uma melhoria de 133,9 milhões de euros face ao sucedido no exercício precedente (perdas de 278,4 milhões de euros).
A CP transportou 115 milhões de passageiros em 2016, um aumento de 2,5% face ao ano anterior, mantendo uma tendência de crescimento de clientes que se verifica desde o final de 2013.
“Ao nível dos serviços, realçam-se os importantes acréscimos registados nos urbanos de Lisboa e do Porto e destaca-se o crescimento do Longo Curso [Alfas e Intercidades], que registou um acréscimo de 94% face ao ano anterior e de 30,2% face a 2013”, sublinha o referido relatório e contas da CP.
