Qualquer semelhança com o terço de Joana Vasconcelos é pura coincidência. A mais recente obra apresentada pela artista plástica portuguesa, intitulada "Suspensão", pode estar a gerar polémica por se tratar de um plágio a um terço utilizado numa festa anual no estado de Espírito Santo, no Brasil.
A obra que foi apresentada em Fátima e que vai ser inaugurada pelo Papa Francisco, aquando da sua visita ao Santuário, assemelha-se à peça que é feita pelos fiéis brasileiros da Festa de Nossa Senhora da Penha. O portal online PT Jornal fala em "pouca originalidade", dado que a romaria brasileira tem o terço há 17 anos.
Osmar Salles é o autor do terço brasileiro e o grande responsável por manter a tradição na festa. Todos os anos, o médico e artista empenha-se em trazer novidades à peça, para que nunca seja igual ao do evento anterior. "No início, dá medo, um certo desânimo, porque sou eu que o vou fazer, como é que devo fazer, mas quando vai se aproximando a data da festa, a expectativa aumenta e começa-se a ganhar força, coragem, que se sente que não é própria e vem de fora", confessou ao jornal O Globo.
A imprensa brasileira conta ainda que a obra tem cerca de 21 metros de comprimento e 50 quilogramas e que a sua instalação está a cabo de voluntários e do corpo de bombeiros locais. Além disso, em 2013, a obra foi iluminada com duas mil lâmpadas de LED. Já o "Suspensão" made in Portugal, que assinala as comemorações do Centenário das Aparições, é feito de resina de polietileno e tem também iluminação LED.
"A arte ao longo dos anos, nomeadamente a escultura, tem-se associado sempre às grandes ocasiões, aos momentos históricos, e é o que um artista deve fazer. Deve estar presente, representar o seu país e os momentos históricos que são vividos pelo país, e quando é chamado a fazê-lo deve representá-lo, e foi isso que eu fiz", afirmou Joana Vasconcelos sobre a obra, em declarações citada pela agência Lusa.
