Quem ganha e quem sofre com a vitória de Trump nos EUA?

Algumas empresas vão beneficiar com as novas regulações de Trump e com o foco do novo presidente eleito na criação de emprego nos EUA. Outras podem ser adversamente afetadas pelas medidas comerciais protecionistas e planos de anular as iniciativas de Saúde da era Obama e da divergência de pensamento em relação às questões climáticas.

Na terça-feira a marca New Balance "acolheu Trump na Casa Branca", afirmando que "as coisas estão a mover-se na direção certa". No entanto, depois desta declaração do vice-presidente, as redes sociais foram inundadas de manifestações, chegando mesmo a circular vídeos de clientes a queimar os seus sapatos em protesto contra estas declarações de apoio ao líder republicano.

Entre as empresas que manifestaram publicamente o seu desacordo com a visão de Trump de como "fazer a América voltar a ser grande" estão a Apple, Ford e Amazon.

Quem perde com a vitória de Trump?

A Amazon ocupa um lugar especial na lista de quem perde, não só pela guerra pública entre o seu fundador e o presidente eleito, mas também pelas mudanças nos acordos comerciais.

Em seguida temos as empresas de Silicon Valley, especialmente a Apple, criticada pelo republicano por criar postos de trabalho na Ásia em vez de nos EUA. Se concretizar as suas "ameaças", o plano do novo presidente impõe uma tarifa de 45% sobre importações chinesas, que desencadeará uma subida abismal do preço do iPhone.

Acrescenta-se a Ford, atacada também pela sua política de produzir barato fora dos EUA.

O grupo chinês de comércio eletrónico Alibaba precisa do mercado americano para realizar a sua expansão global, algo que se afigura mais difícil depois do resultado das eleições.

Por fim importa referir a promessa de derrubar o Obamacare, uma má notícia para o Hospital Corporation of America e outros grupos da indústria que, com o aumento do número de cidadãos sem seguro de saúde, acabará por tratar mais pessoas sem receber nada em troca.

Quem ganha com estas eleições?

United Steel State nunca recuperou da crise financeira mas Trump pode ser a solução necessária já que este afirmou que vai fazer "todos os esforços para proteger a produção nacional".

Trump na sua campanha disse que daria alguma margem aos bancos e Wells Fargo tomou a sua palavra, um fato que se reflete no aumento rápido de suas ações. Na quinta-feira, a equipe de transição do presidente eleito prometeu “desmantelar” a Lei Dodd-Frank, a peça central da reforma do sector financeiro Obama, alegando que foi “a mais lenta e fraca recuperação desde a Grande Depressão.”

A Cemex do México é o maior fornecedor de cimento dos EUA e viu as suas ações cair por receios protecionistas no entanto, se a parede não for levantado, a Cemex pode vir a beneficiar da estratégia económica Trump.

Depois de protestos de ativistas em setembro, Obama fechou temporariamente o oleoduto da Energy Transfer Partners em Dakota, colocando em risco um investimento de 3.700 mil milhões. É esperado que Trump consiga obter as aprovações necessárias para que seja completado o processo.

O produtor de carvão Peabody Energy declarou falência em abril. No entanto, as suas ações subiram após o resultado das eleições graças ao parecer de Trump sobre as alterações climáticas.

A sua presidência é um raio de esperança para os mineiros americanos, no entanto, algumas das suas ideias podem entrar em conflito com esta indústria. Se promove a produção de gasolina, os preços do carvão vão cair.

in Diário Economico

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