Protecionismo de Trump pode colapsar comércio mundial

Numa conferência realizada em Frankfurt, Constâncio salientou que "a perceção dos mercados de que os EUA embarcam numa nova fase de política fiscal expansionista fez crescer os níveis de optimismo com efeitos visíveis nos mercados financeiros na semana passada".

Constâncio assinalou que os mercados consideram que os estímulos fiscais "podem romper o problema de liquidez que dificultou o crescimento nas economias avançadas".

A semana passada assistiu-se a alterações no curso dos títulos e ações: os preços das ações subiram enquanto os valores dos títulos caíram cerca de mil milhões de euros em todo o mundo, realçou Constâncio.

Estes movimentos têm lugar porque o mercado considera que os estímulos fiscais irão estimular o crescimento e a inflação num futuro próximo, permitindo uma normalização da política monetária dos EUA a taxas de juros mais elevadas, acrescentou.

Constâncio referiu que "antecipando esta evolução, os mercados venderam títulos pelo que se pode prever um incremento das rentabilidades a longo prazo", algo que é bom para a rentabilidade dos bancos e reflectiu-se na subida do preço das acções em bolsa na semana passada.

Apesar de muitos analistas terem referido que os últimos acontecimentos geopolíticos poderiam trazer benefícios económicos, Constâncio adverte de que será a curto prazo mas "os efeitos negativos do aumento da incerteza podem fazer-se sentir posteriormente".

O vice-presidente do BCE pediu cautela no momento de divulgar conclusões positivas destes movimentos dos mercados porque os mesmos podem não indicar necessariamente que a economia mundial deverá acelerar a recuperação com um crescimento maior.

Neste sentido, Vítor Constâncio mencionou que a política proteccionista dos EUA pode mitigar ou até reverter o crescimento e colapsar o comércio mundial, afetando todas economias abertas que dependem das exportações.

in Diário Economico

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