Energia provoca “curto-circuito” na bolsa de Lisboa

A bolsa portuguesa encerrou a sessão de hoje a perder 1,74% para os  pontos, penalizada, principalmente, pelos títulos do grupo EDP e Jerónimo Martins. As acções das empresas ligadas às energias renováveis têm estado pressionadas desde que Donald Trump foi eleito devido à intenção já manifestada pelo futuro presidente americano de apostar na produção de energia através do petróleo e do carvão.

A EDP Renováveis caiu 5,82%, EDP perdeu 4,96%, Jerónimo Martins recuou 3,33% e a REN desvalorizou 2,05%. A contribuir para a queda do índice estiveram também a Altri (-1,48%), a Sonae Capital (-2,14%) e a NOS (-1,79%).

A minimizar as perdas do índice nacional estiveram os títulos dos CTT (0,95%), Mota-Engil (0,28%), Corticeira Amorim (0,22%) e Navigator (0,34%).

Estiveram em destaque as subidas da Sonae e BCP que apresentaram resultados no final da sessão de ontem. A Sonae subiu 4,45%, após ter divulgado um lucro de 61 milhões de euros, face aos 45 milhões em 2015, e aos 36 milhões esperados pelo mercado. O BCP reportou ontem um prejuízo de 251 milhões de euros, e fechou a ganhar 2,35%, travando assim perdas superiores no PSI 20.

Na Europa, o Dax perdeu 0,13%, o índice francês CAC desvalorizou 0,27%, a praça holandesa AEX caiu 0,96%, e o Footsie de Londres recuou 1,18%. O Ibex caiu 1,57%. João Tenente, gestor da corretora XTB, explica que "depois do anúncio da vitória, Trump fez um discurso mais conciliador promovendo uma transição suave que permitisse uma maior estabilidade. Apesar das promessas mais agressivas, o discurso foi bastante moderado, deixando os investidores mais calmos". No entanto, alerta que pode "a qualquer momento existir una correção técnica. Não podemos esquecer que em apenas um dia tivemos valorizações de aproximadamente 800 pontos e como nos aproximamos do final da semana, os investidores têm por norma encerrar as suas posições."

O petróleo Brent perde 0,73% para os 46.02 dólares.

No mercado de câmbios o euro perde 0,24% para 1,0873 dólares. A Libra avança 1,01% para 1,2532 dólares.

A ?yield' da dívida portuguesa a dez anos, negoceia a subir 0,3 pontos base para 3,404%, um comportamento que replicou a idêntica subida do prémio de risco dos pares europeus.

Em Wall Street, o índice industrial Dow Jones sobe 0,64%, enquanto o tecnológico Nasdaq perde 1,14%, e o S&P perde 0,02%. Um dia depois de ter sido conhecido o resultado final das eleições presidenciais, o mercado norte-americano abriu em alta, com os investidores a reagirem com algum ânimo às eventuais políticas (anunciadas durante a campanha) de Donald Trump, tais como cortes de impostos, desregulamentação dos bancos e maiores gastos com infra-estruturas e defesa.

No entanto, à hora de fecho das praças europeias, observa-se um recuo do mercado bolsista, com o índice Nasdaq a negociar em campo negativo.

No plano macroeconómico, o número de pedidos semanais de subsídio de desemprego atingiu os 254 000, abaixo dos 260 000 esperados.

 

in Diário Economico

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