Juros das dívidas disparam com vitória de Trump

A ‘yield’ das Obrigações portuguesas a 10 anos dispara 18,1 pontos base para 3,451%, acompanhando a subida do prémio de risco dos pares europeus para máximos dos últimos meses, com receios que as futuras políticas comerciais protecionistas e de investimento público de Donald trump possam vir a causar um aumento de inflação.

Os mercados acionistas estão a recuperar em grande força do choque inicial com a vitória do candidato Republicano Donald Trump nas Presidenciais dos EUA. Os investidores estão a focar-se no tom conciliador do seu discurso de vitória e do potencial efeito económico de algumas das suas promessas que incluem cortes de impostos, maior investimento em infraestruturas e defesa, e a potencial desregulação do sector financeiro.

Conforme refere Steven Santos, gestor do BiG, "se Trump materializar a sua agenda protecionista, haverá maiores barreiras à importação de bens e serviços, o que se traduz ao fim de pouco tempo em mais inflação. Os custos alfandegários deverão aumentar para bens provenientes de países como a China, o México e a Africa do Sul, o que gera inflação nos produtores e, subsequentemente, consumidores norte-americanos. O investimento em infra-estruturas pesadas também será forte, o que vai gerar mais oferta de emprego num mercado com pouca disponibilidade, o que deverá provocar aumento dos salários".

A inflação é vista tradicionalmente como uma das principais penalizadoras do retorno no mercado de ‘fixed income’.

Segundo a Reuters, "Os investidores parecem também mais confiantes que a Reserva Federal dos Estados Unidos subirá as taxas de juro em Dezembro e continuam atentos à possibilidade do Banco Central Europeu ponderar a reversão das suas medidas de estímulo monetário."

As ?yields' das dívidas espanhola e alemão sobem 14,5 e 12,6 pontos base, respetivamente, para 1,415% e 0,309%.

in Diário Economico

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