O presidente do Instituto de Investigação Económica alemão Ifo, Clemens Fuest, acredita que a vitória eleitoral de Donald Trump pode afetar negativamente o desenvolvimento económico.
“Se a Trump erguer barreiras comerciais como planeado, os danos serão enormes Na Alemanha, 1,5 milhões de empregos dependem dos negócios dos EUA e os EUA são o parceiro comercial mais importante da Alemanha”, observou Fuest nesta quarta-feira em Munique. Para o presidente do Ifo, Trump não será capaz de derrubar os acordos existentes, mas chegar a novos acordos como TTIP (Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento) torna-se muito mais difícil.
"A Europa deve, no entanto, lançar novas negociações para concluir com sucesso TTIP “, acrescentou Fuest, salientando que como um dos principais exportadores do mundo, a Alemanha tem um interesse especial no livre comércio.
Também Teixeira dos Santos, antigo ministro das Finanças não esconde a apreensão que lhe causa resultado das eleições nos EUA e "o tom protecionista de Trump e o impacto que isso poderá ter na economia global". Portugal, diz, também não beneficiará e pode vir a sofrer os impactos, inda que indiretamente, do agravamento da conjuntura económica internacional.
Em declarações ao Jornal Económico, Teixeira dos Santos, recorda que "ao longo da campanha, Trump demonstrou uma atitude muito protecionista, a proteger muito o mercado americano quer o mercado laboral que o mercado de bens e serviços".
Segundo o ex-ministro das Finanças, este "tom protecionista pode dar origem a uma atitude mais fechada dos Estados Unidos, numa altura em que a Europa enfrenta dificuldades em aprofundar a sua integração, o que foi acentuado pelo Brexit".
