E se os ‘robots’ nos roubarem os empregos?

Olhando para a cada vez mais ténue linha que separa os humanos das máquinas, três especialistas em robótica discutiram esta tarde as vantagens e desvantagens de muitos trabalhos passarem a ser feitos por máquinas, para chegarem à conclusão de que ninguém consegue adivinhar o futuro.

O professor universitário e diretor de várias empresas, Stuart Ellman, minimizou os receios de quem teme a invasão das máquinas, recordando os medos no tempo da revolução industrial.

Durante a revolução industrial também havia algum receio de as máquinas se apoderarem dos empregos das pessoas mas a verdade é que nessa altura os dias de trabalho podiam chegar a ter a duração de 15 horas e hoje isso é impensável, recordou o professor universitário, para quem as máquinas poderão mais uma vez ficar com os trabalhos mais pesados, mais perigosos ou simplesmente que ninguém quer fazer.

Ninguém tem dúvidas de que muita gente será dispensada. A questão é se um futuro com uma forte presença de tecnologia será benéfico ou não.

“Há um conjunto de empregos que deixam de ser feitos pelas pessoas e passam para os robots mas também podem nascer muitos outros. Neste momento não sabemos se será bom, sabemos apenas que as pessoas vão ser substituídas”, defendeu Stuart.

Já o jornalista Luke Dormehl, da Digital Trends, alertou para o perigo de as máquinas não serem usadas apenas para aquelas tarefas que ninguém quer fazer e recordou um estudo divulgado em 2014 que revelava que no futuro quase metade dos empregos que hoje estão atribuídos a pessoas poderão passar a ser desempenhados por robots.

Enquanto estes especialistas discutiam o papel da tecnologia na sociedade, outros dois especialistas em robótica debruçaram-se hoje sobre se os robot devem ou não agir e parecer-se com os humanos: Ben Goertzel, da Hanson Robotics, e Andra Keay, de Silicon Valey Robotics, esgrimiram posições opostas.

Em apenas 20 minutos, Ben Goertzel defendeu a necessidade de criar robots semelhantes aos humanos, garantindo ter muitos clientes que lhe pedem máquinas que se pareçam com as pessoas, não só em termos de semelhanças físicas mas também que possam identificar e ter emoções.

“E se as pessoas nos pedem, então devemos dar-lhes o que nos pedem”, defendeu Ben Goertzel, garantindo que a sua empresa planeia vender esses protótipos que “serão capazes de criar ligações emocionais com os humanos”.

No futuro, “os robots vão ser capazes de perceber os nossos sentimentos e vão conseguir ligar-se a nós”, defendeu Ben Goertzel, para quem a inteligência artificial deve continuar a ser explorada nesse sentido até porque “há pessoas que preferem ter um robot como assistente pessoal a ter uma pessoa”.

Já Andra Keay entende que deve haver uma clara distinção entre humanos e robots: “Só porque queremos uma coisa, não significa que a devemos fazer. Eu sou fascinada por humanoides robots, mas nós não precisamos deles”, defendeu a especialista em robótica, criticando a ideia de se poder criar máquinas à semelhança das pessoas.

“É importante que sejamos transparentes e que se saiba sempre que estamos a lidar com robots”, defendeu Andra Keay.

in Diário Economico

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