Mercado imobiliário português mantém atractividade junto dos investidores.

TorresdeLisboaDe acordo com os mais recentes dados da Cushman & Wakefield (C&W), foram já transaccionados, desde o início do ano até agora, mais de 950 milhões de euros em activos imobiliários.

Apesar de ser um valor ligeiramente inferior a igual período do ano anterior, representa "praticamente o triplo do volume médio investido nos últimos anos", levando a consultora imobiliária a concluir que o mercado nacional de investimento imobiliário comercial "mantém a sua atractividade junto dos principais investidores estrangeiros".

De acordo com o comunicado de imprensa da C&W, o aumento "muito considerável" da negociação de portfólios "conduziu a um valor médio por operação muito superior ao habitual" – 38 milhões de euros. De entre os 25 negócios fechados nos primeiros oito meses do ano, nove referem-se a portfólios de activos.

No conjunto das transacções ocorridas este ano, a consultora destaca o "maior portfólio de escritórios de sempre transaccionado em Portugal" e que consiste na aquisição do Campus da Justiça por um investidor estrangeiro. No sector de retalho, a C&W destaca os centros comerciais AlgarveShopping e Estação Viana, alienados pelo Sierra Fund à CBRE GIP, e o portfólio de hipermercados Continente, vendido pela Sonae Retail Properties aos britânicos da M&G.

A empresa explica também que, ao contrário da tendência habitual, "em que o sector de retalho tem concentrado o maior volume", foi o segmento de escritórios que captou mais investimento, com um peso de 46% no montante total investido – cerca de 440 milhões de euros. Todavia, o mercado de retalho concentrou também um "volume muito significativo" de capital, 43% do total, mais de 400 milhões de euros.

Paralelamente, a presença "muito representativa" de capitais estrangeiros, sentida desde 2014, manteve-se em 2016, com uma parcela de 94% do total investido, "muito superior à média da última década, que se situa nos 44%". Investidores do Reino Unido e França foram os que mais apostaram no mercado imobiliário luso, com pesos equivalentes na ordem dos 27%, tendo os franceses alcançado "um máximo histórico". Por sua vez, os investidores norte-americanos reduziram a sua parcela de 41%, em 2015, para 21% do volume, este ano. Os espanhóis têm um peso de 12% do total investido.

As yields evoluíram segundo a tendência que se tem verificado desde "a saída da crise", embora com menor intensidade no primeiro semestre deste ano. Com excepção dos centros comerciais e parques de retalho, "todos os outros sectores atingiram, ou ultrapassaram já, as yields registadas no último pico do mercado, em 2007". Actualmente, as yields prime no país encontram-se nos 5,50% para centros comerciais, 5,25% para escritórios e 5% para comércio de rua.

A consultora antevê que o último trimestre do ano seja "extremamente dinâmico" no mercado de investimento. As estimativas da C&W apontam para um valor de fecho em 2016 equivalente, "ou mesmo superior", ao de 2015, "sendo muito provável que a barreira psicológica dos 2 mil milhões de euros seja ultrapassada".

Os principais riscos que esta actividade enfrenta, em Portugal, consistem na estabilidade dos mercados financeiros internacionais – que poderão sofrer efeitos negativos como consequência do pós-"Brexit" – e nas questões de estabilidade interna, "nomeadamente no que ao enquadramento fiscal do imobiliário se refere".

in Construir

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