“2016 será o melhor ano de sempre da Garcia, Garcia”

Foto_CGO mercado nacional tem sido “fantástico” para a Garcia, Garcia, segundo revela Carlos Garcia. Em entrevista ao Construir, o administrador desta empresa especializada na construção de unidades industriais afirma que o “know how” do grupo tem constituído um factor competitivo e que o facto de o grupo trabalhar para empresas de grande dimensão tem contribuído para o seu próprio crescimento. Relativamente a este ano, as previsões são ambiciosas e apontam para um volume de negócios de 35 milhões de euros.

Que balanço faz da actividade da empresa relativamente a 2015 e ao início de 2016? 2015 foi um ano de consolidação. Atingimos os objectivos traçados e continuamos no nosso processo de preparação da empresa para o futuro, trabalhando, por exemplo, para aumentar a eficiência operacional e a capacidade de resposta. Em consequência do anterior, 2016 arrancou de forma extraordinária, com um aumento muito significativo da carteira de encomendas, com novas obras já em construção e outros projectos em fase de desenvolvimento.

Como caracteriza actualmente o sector da construção em Portugal, relativamente a dimensão, oportunidades e concorrência? O sector da construção, como é do domínio público, contraiu muito expressivamente. O Estado, que durante muitos anos foi o motor da construção, viu-se obrigado a cortar o investimento e, em consequência, o sector ressentiu-se fortemente. Não obstante, acreditámos que as oportunidades existem. O mercado privado, onde a Garcia, Garcia encontra o seu espaço, reconhece a competência e a credibilidade. E é aqui que nos podemos destacar de uma concorrência cada vez mais feroz.

Quais os principais desafios que o sector enfrenta actualmente? No momento actual, as perspectivas de crescimento do mercado não são as mais animadoras. Para o anterior ainda concorre a situação económica de Angola, que foi refúgio de muitas empresas nos últimos anos. O sector terá de combater a tendência natural de diminuição de preços, assim como, diminuir os custos de estrutura, adaptando-os à nova realidade.

A empresa sofreu impactos da crise económica global de 2007/2008? Como é compreensível, a Garcia, Garcia teve de se ajustar à quebra que o sector registou. Contudo, a empresa trabalhou em antecipação, tendo conduzido uma operação de reestruturação organizativa em 2004 que nos preparou e permitiu superar os piores anos da crise. Desde 2008, que a Garcia, Garcia tem estado em contraciclo com o sector, com crescimento sucessivo e sustentado.

O facto de a Garcia, Garcia ter uma actividade tão específica pode minimizar impactos negativos de conjunturas económicas desfavoráveis para a construção? Ao operar no mercado privado, estamos dependentes do investimento que as empresas efectuam. E a disponibilidade para estes investimentos está dependente dos ciclos económicos e da capacidade do país para gerar ou atrair investimento. Contudo, mesmo em conjunturas desfavoráveis há sempre algum investimento e, em função do nosso know-how e competência, estamos preparados para o captar. O conhecimento das necessidades específicas que este mercado é algo que nos permite diferenciar positivamente.

Como surge a ideia de operar num sector tão específico, dentro do mercado da construção? Que desafios apresenta este segmento de construção de unidades industriais? Durante toda a história da família Garcia, desde o fim do século XIX, atravessando o século XX e continuando no século XXI, sempre estivemos ligados à indústria e construção industrial. O facto de estarmos inseridos numa zona de grande dinâmica industrial contribuiu para esta aposta. Fazer uma unidade industrial não é como fazer uma habitação? tem especificidades e exigências diferentes. Só a título de exemplo, os prazos de execução são muito mais curtos, pois os clientes industriais quando avançam com um projecto já têm muitas vezes encomendas para satisfazer e um dia de atraso na entrega de uma obra pode causar elevados prejuízos.

Que vantagens traz o facto de trabalharem quase exclusivamente para a área industrial e com clientes de grande dimensão? A nossa especialização traduz-se em know-how e competência que nos diferenciam e que representam uma vantagem competitiva. Com ele, sabemos quais são os aspectos críticos em que nos devemos focar e de que forma podemos acrescentar valor aos nossos clientes. A Garcia, Garcia trabalha com todo o tipo de clientes, grandes ou pequenos. Mas trabalhar com clientes de grande dimensão, com diferentes culturas e formas de trabalhar, permite-nos a nós próprios crescer, quer pelo nível de exigência que nos colocam, quer pela aprendizagem que retiramos das suas formas de gerir ou trabalhar.

Sentem que a vossa "expertise" é reconhecida pelo mercado? Claramente. Empresas de todo o tipo, grandes e pequenas, nacionais e internacionais, fazem parte da nossa carteira de clientes. A fidelização dos clientes, demonstrada pelo desenvolvimento contínuo de projectos, é o melhor reconhecimento que podemos ter.

Prevêem diversificar a vossa actividade? Apesar de termos um "core business" específico, a Garcia, Garcia sempre desenvolveu outro tipo de projectos. Porventura, o seu mediatismo é que é inferior, pois fazer um projecto que irá criar 200 postos de trabalho é diferente de fazer um prédio habitacional. Neste momento, estamos com alguns projectos na área da reabilitação urbana que, no futuro, podem representar um activo interessante na nossa carteira de negócio.

Em termos geográficos, a Garcia, Garcia tem realizado diversos projectos na região Norte do país. Esta presença é para alargar a todo o país? Nós estamos presentes em todo o país e vamos construir a qualquer lado. Não obstante, sendo o Norte de país mais industrializado, é com relativa naturalidade que seja a zona onde exista uma maior concentração dos nossos projectos.

Já têm presença internacional ou trabalho realizado no mercado externo? Contam internacionalizar? Que geografias poderão ter interesse para o grupo? O mercado nacional tem sido fantástico para a Garcia, Garcia e é este o nosso foco principal. Não obstante, a Garcia, Garcia está presente no mercado francês e temos alguns projectos em carteira, já em fase avançada de desenvolvimento, que nos poderão permitir entrar no mercado da Europa Central e mercado africano.

Têm também bastante trabalho realizado com grupos internacionais que se fixam em Portugal. Destas relações, poderão resultar oportunidades no mercado externo e o reforço da vossa carteira de clientes com outros grupos estrangeiros? Acreditamos que esta será uma consequência natural do bom trabalho que temos realizado para algumas multinacionais. Estas relações poderão alavancar alguns projectos no exterior, tendo inclusivamente já surgido alguns convites nesse sentido, por parte de alguns clientes que já manifestaram o seu interesse em contar com o nosso know-how e experiência em projetos noutros países. Não há melhor publicidade que a referência de clientes passados. E é com agrado que vemos que alguns clientes nos recomendam a outras empresas que pensam investir também em Portugal.

Que previsões têm para o presente exercício? Que estratégia e objectivos têm delineados para o que resta de 2016 e o início de 2017? Em função dos resultados atingidos até à data e projectados até final do ano, 2016 será sem dúvida alguma o melhor ano de sempre da Garcia, Garcia, com um Volume de Negócios na ordem dos 35M?. A estratégia que temos vindo a implementar também já tem reflexos em 2017, uma vez que já temos alguns projectos alinhados para iniciar no próximo ano.

in Construir

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