"O país continuará a oferecer oportunidades aos que chegam, desde que cumpram com a legislação angolana"

Em Angola existem mil arquitectos inscritos na Ordem mas o número deverá duplicar nos próximos cinco anos. Em entrevista ao CONSTRUIR, Victor Leonel Miguel, presidente da Ordem dos Arquitectos de Angola, falou sobre os principais desafios, a crise financeira e as dificuldades do mercado mas garantiu que o país vai continuar a oferecer oportunidades aos arquitectos portugueses

 Quais os principais desafios que enfrentam hoje os Arquitectos em Angola?

Os principais desafios dos arquitectos em Angola são o acesso aos projectos, a disputa com arquitectos que estão a trabalhar no país ilegalmente bem como com aqueles que não estando em Angola vão fazendo projectos mesmo sem nunca terem estado em Angola.

Como caracterizaria o mercado actual?

O mercado actual está em baixa devido à crise financeira que se verifica actualmente em Angola

Quais os grandes objectivos traçados pela Ordem dos Arquitectos de Angola?

Promover estudos sobre a arquitectura vernacular angolana, promover formação continua dos arquitectos, garantir que apenas os arquitectos inscritos na OA possam exercer a profissão, trabalhar com as comunidades na melhoria das suas condições de vida, promover prémios e concursos, etc

Quantos profissionais estão inscritos na Ordem e qual a perspectiva para os anos que se seguem?

Estão inscritos cerca de mil arquitectos e a expectativa é de dobrar em cerca de cinco anos, pelo facto de haverem neste momento cerca de 15 escolas de arquitectura

Qual a importância do Memorando assinado entre o CAU/BR e a Ordem dos Arquitectos de Angola e que grandes benefícios poderão retirar os arquitectos do mesmo?

O Memorando de Entendimento assinado com a CAU/BR é importante porque vai auxiliar em matérias ligadas à arquitectura e ao Urbanismo, nomeadamente no ensino, pesquisa, ambiente, exercício profissional, mobilidade etc. As questões atrás referenciadas envolverão naturalmente os arquitectos que tirarão daí os conhecimentos que tais interacções proporcionam.

No próximo dia 19 de Maio vai a votação final a proposta da Lei de Acessibilidades. Como olha para esta medida?

Esta Lei será um importante instrumento que permitirá uma maior inclusão social da população bem como trará um conjunto de Normas Técnicas que permitirão melhor mobilidade e acessibilidade na cidade e em edifícios.

Acha que Angola continua a oferecer oportunidades aos arquitectos do país e aos que chegam de fora, nomeadamente os portugueses?

Sim, acho que continua a oferecer oportunidades aos arquitectos do país pois o país encontra-se em reconstrução e ainda está numa fase embrionária em que tudo ainda está por fazer. O país continuará a oferecer oportunidades aos que chegam, nomeadamente aos portugueses desde que cumpram com a legislação angolana no que concerne ao exercício da profissão, pois só os arquitectos inscritos na OA podem exercer a profissão.

Como é a relação da OA de Angola com a de Portugal e que sinergias estão criadas?

É boa. Tem havido uma interacção boa nos encontros do CIALP ? Conselho Internacional de Arquitectos de Língua Portuguesa. A nível bilateral, a relação é mais formal e pouco intensa apesar de a nível dos dois presidentes termos uma relação muito boa.

in Construir

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