Arranha-céus impulsionam construção residencial na Austrália

sydney-opera-house-1169155_1280A construção residencial tem sido um dos principais impulsionadores do reforço da fileira global da construção australiana nos últimos dois anos, com o aumento do investimento em projectos de arranha-céus residenciais a desempenhar um papel fulcral no rápido crescimento do sector.

De acordo com um relatório recente do Construction Intelligence Center (CIC), a base de dados da Timetric, o valor total da produção na construção residencial nova expandiu-se, na Austrália, em 12,7% no ano passado, acelerando de 11,3% em 2014 e 4,8% em 2013. No segmento, o mercado habitacional unifamiliar permanece o maior, com um peso de 57% do total da produção, crescendo, contudo, a um ritmo lento.

Em 2014 e 2015, a expansão do valor do trabalho em nova construção habitacional aumentou a uma média de 8%, enquanto que o segmento composto por unidades de residenciais tipo arranha-céus e edifícios baixos se expandiu a um ritmo de 17,4% em 2014 e de 20% em 2015. No quarto trimestre do ano passado, o valor das encomendas neste segmento residencial registou um aumento homólogo de 28,8%, performance que a Timetric atribui à fatia que o sector residencial de edifícios multifamiliares detém no conjunto de encomendas na construção nova, que aumentou de 32%, em 2010, para 42%, em 2015.

Segundo a consultora, embora esteja a abrandar após os recentes picos, o sector residencial, no geral, continuará a crescer em 2016, conduzido por um grande “pipeline” de projectos, particularmente nas grandes cidades, onde a procura permanece alta e o interesse dos investidores estrangeiros continua a propelir o valor do mercado imobiliário.

“Assumindo que as taxas de juro permanecem em níveis muito baixos ao longo dos próximos anos, o investimento em imobiliário residencial continuará sólido, enquanto o crescimento demográfico (1,4% ao ano) for suficiente para suportar novos projectos residenciais, especialmente se considerarmos os relativamente baixos níveis de emigração no país”, afirmou Danny Richards. Para o economista-chefe do CIC, “o investimentos estrangeiro, particularmente da Ásia, continuará também a ser um dos principais impulsionadores da expansão do segmento de arranha-céus residenciais nas grandes cidades australianas”.

Contudo, a consultora alerta que a rápida expansão da construção residencial em altura chegará ao seu término em 2017. De acordo com a Timetric, em Fevereiro de 2016, o valor de licenças de construção de blocos de apartamentos com quatro ou mais pisos aumentou 34%, a uma média móvel de 12 meses. Apesar de alto, este é, segundo a Timetric, um dos mais baixos aumentos em quase um ano.

A introdução de novas taxas no mercado imobiliário, o aumento dos baixos salários e a desaceleração da taxa de expansão da economia chinesa – que tem sido uma das maiores fontes de investimento estrangeiro – sugerem que o “boom” da construção residencial na Austrália perca o seu fulgor.

A consultora destaca ainda as “medidas macroprudenciais” aplicadas aos empréstimos bancários para controlar o mercado imobiliário que “aparentam estar a ter o impacto desejado, ao abrandarem o crescimento do crédito para habitação.

Neste cenário, o CIC prevê que o mercado de construção residencial nova na Austrália cresça para 39,4 mil milhões de euros em 2016, depois de ter alcançado 36,7 mil milhões de euros em 2015, abrandando em 2017, até se fixar num ritmo de crescimento mais estável um ano mais tarde.

in Construir

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