Indústria brasileira da construção com crescimento “limitado” nos próximos cinco anos

brasilA Timetric’s Construction Intelligence Center (CIC) ressalvou que o crescimento da indústria da construção no Brasil está a deteriorar-se e aponta para "perspectivas de crescimento limitadas durante os próximos cinco anos" no país.

Segundo a consultora britânica, estas previsões baseiam-se na economia "em deterioração" e no fraco mercado imobiliário, bem como na falta de confiança dos investidores. "Em termos reais, o valor de produção do sector da construção brasileiro contraiu de 226,3 mil milhões de dólares (202 mil milhões de euros), em 2013, para 214,9 mil milhões de dólares (192 mil milhões de euros) em 2014", destaca o comunicado da Timetric.

A consultora atribui esta performance, principalmente, a um grande défice orçamental e às implicações da operação "Lava Jato", implementada para controlar o escândalo de corrupção do país. "Isto resultou numa fraca confiança de negócio e num atraso na construção de vários projectos de infra-estruturas, o que afectou a procura para a actividade de construção em 2014", destaca.

Por sua vez, as Olimpíadas de 2016, que terão lugar no Rio de Janeiro, deverá impulsionar o sector no país. Como resultado disso, a Timetric prevê que o valor de produção da indústria da construção alcance um crescimento ligeiro em termos reais, para cerca de 215,1 mil milhões de dólares (192,5 mil milhoes de euros) em 2015.

Contudo, ao longo dos próximos cinco anos, as perspectivas de crescimento permanecerão "limitadas", segundo a análise da Timetric, que refere que as condições económicas instáveis terão um impacto negativo no sector da construção brasileiro, que se espera que diminua em valor em termos reais, de 214,9 mil milhões de dólares, em 2014, para 204,1 mil milhões de dólares (182,7 mil milhões de euros) em 2019.

Durante o período analisado pela construtora, a construção residencial era o maior mercado em toda a indústria, com uma fatia de mercado a rondar os 31-%. Os esforços governamentais para compensar a falta de habitações no país, as baixas taxas de juro e a expansão da população de classe média, suportaram o mercado durante este período, o que levou a uma taxa de crescimento anual nominal de 14,9%. Ao longo do período em previsão, espera-se que este mercado permaneça o maior, com um peso de 29,6%, em 2019.

A Timetric sublinha ainda que, sendo responsável por 28,5% do valor total do sector da construção, a área de construção de infra-estruturas era o segundo maior mercado nesta indústria no Brasil. Segundo a consultora, o mercado será suportado pelos Jogos Olímpicos de 2016, que irão exigir estádios, infra-estruturas de transporte, hotéis e outras infra-estruturas relacionadas. De forma a receber as Olimpíadas, o Governo brasileiro teve de dar prioridade ao desenvolvimento de infra-estruturas enquanto área chave do investuimento, para permitir que o país consiga lidar com um grande volume de turistas esperado.

in Construir

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