O resultado do inquérito RICS/Ci Portuguese Housing Market Survey, realizado em Junho, conclui que o crescimento da procura de habitações em Portugal, assim como o fortalecimento da actividade de venda, estão a trazer um impulso à recuperação de preços no mercado de compra e venda de imóveis.
No segmento do arrendamento, os valores das rendas mantêm-se estáveis pelo quarto mês consecutivo, sucedendo a anos de descidas de preços persistentes no valor deste indicador.
Relativamente ao mercado de compra e venda, o PHMS destaca um maior dinamismo do lado da procura, já que o interesse dos compradores tem crescido a um ritmo consistente em todos os mercado regionais.
A este nível, a cidade do Porto foi a cidade onde esse crescimento foi mais pronunciado no mês em análise.
As vendas recentemente acordadas subiram ao ritmo mensal mais acentuado registado desde 2010, pelo que o mês de Junho representou a continuidade deste crescimento no decorrer de um ano e meio. As expectativas dos inquiridos pelo PHMS relativas ao fluxo de vendas em Portugal em 2015 indicam um crescimento mais forte da actividade a curto prazo, mesmo que o saldo de respostas tenha diminuído ligeiramente em Junho, face ao mês anterior.
Para Simon Rubinsohn, economista do RICS " a recuperação da actividade do mercado de compra e venda parece estar a ganhar impulso, conduzida pela melhoria dos fundamentos económicos e pelo aumento da confiança. Contudo, permanecem riscos significativos na área do euro que podem afectar o sentimento de mercado se não se encontrar uma resolução".
O RICS/Ci verificou que a dinamização do mercado está a contribuir para a inflação dos preços da habitação em Portugal, movido principalmente pelos ganhos observados em Lisboa. Os inquiridos antevêem também neste sentido um subida dos preços a curto prazo, as expectativas apontam para um subida de 2,7 % dos preços a nível nacional nos próximos 12 meses.
Numa análise regional, Lisboa e o Algarve são as zonas em que a recuperação de preços é mais significativa, na ordem dos 3% em ambos casos, no Porto o crescimento estimado fica-se pelos 2%.
O director da Ci, Ricardo Guimarães, acredita que "foi importante verificar a resiliência do mercado português face à incerteza causada pela crise grega. Os riscos foram destacados pelos agentes mas, contudo, os indicadores de actividade, mantiveram-se claramente positivos, no que respeita a vendas e preços. Este foi um teste crítico para o mercado, reforçando o seu potencial".
No mercado de arrendamento, o RICS/ Ci destaca que, embora a procura tenha continuado a crescer solidamente em Junho, o número de novos anúncios colocados pelos proprietários voltou a diminuir. Em resultado disso, as rendas mantêm-se praticamente inalteradas pelo quarto mês consecutivo, com as expectativas do inquiridos a sugerir que se aproxima um novo período de estabilidade.
