Mota-Engil em destaque no primeiro dia da visita de Paulo Portas ao México

A empresa portuguesa Mota-Engil esteve no centro de todas as atenções no primeiro dia da deslocação oficial ao México do ministro dos Negócios Estrangeiros Paulo Portas, uma jornada totalmente dedicada à diplomacia económica, vertente decisiva na actividade do ministério.

Os dois projectos que envolvem a empresa portuguesa e as perspectivas de novos negócios no estado de Veracruz (centro do México, junto ao Golfo) justificaram a visita de Portas a esta região com clima subtropical, acompanhado por uma pequena comitiva que incluiu o presidente do concelho de administração da Mota-Engil, António Mota, o presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), Pedro Reis, e o embaixador de Portugal, João Caetano da Silva.

A primeira obra, em associação com uma empresa espanhola e concluída em Dezembro, consistiu na construção de um troço de 60 quilómetros que liga a Cidade do México a Veracruz e que inclui 16 viadutos, três nós e um túnel rodoviário de 290 metros.

“A concessão foi um sucesso, em termos de qualidade é apontada como uma das obras de melhor qualidade aqui feitas, depois passámos para um caminho que permite prosseguir as actividades no estado de Veracruz, e não só”, referiu a propósito aos jornalistas que acompanham esta deslocação António Mota, que definiu o México com um país “prioritário” para a sua empresa, presente no país latino-americano há cinco anos.

A empresa já concluiu obras orçadas em 650 milhões de euros, e possui uma carteira de encomendas de pelo menos mais 267 milhões de euros, como confirmou o responsável da empresa.

“Temos hoje uma carteira de encomendas na ordem dos 350 milhões de dólares (267 milhões de euros) já garantidas que deverá ser a muito curto prazo praticamente dobrada e o objectivo é que no final deste ano e princípio de 2014 possamos atingir uma carteira de encomendas global no México de mil milhões de dólares (763 milhões de euros)”, precisou.

O “enorme potencial” do país foi sublinhado nas intervenções, em particular no encontro com o governador do estado, Javier Duarte de Ochoa, que ofereceu um almoço à comitiva e recebeu com entusiasmo um convite para visitar Portugal ainda este ano e acompanhado por uma comitiva de empresários mexicanos, como foi sugerido.

“O México tem muita coisa para fazer não apenas em termos sociais mas também em infra-estruturação, tem as ligações mas falta tudo em termos de caminhos-de-ferro (…), por isso pensamos que é um mercado a quem temos de dar prioridade, dentro da prioridade que para nós é hoje a América Latina, que engloba o México, o Peru, a Colômbia e o Brasil nesta primeira fase”, referiu o presidente da Mota-Engil.

Antes da recepção e do almoço no palácio do governador, tinham sido já observados diversos troços da autoestrada, e ainda outra obra da empresa portuguesa em pleno centro da cidade, a repavimentação integral da Avenida Lázaro Cardenas, com o ministro dos Negócios Estrangeiros a confraternizar com um trabalhador português envolvido nos trabalhos de recuperação deste troço.

Actualmente, a Mota-Engil é a maior empresa portuguesa a investir no México no sector da construção e está e suscitar um interesse crescente em outras áreas de actividade. No total, possui 1.300 trabalhadores no estrangeiro.

“No processo de privatizações que está a decorrer no México, a Mota-Engil vai fazer sempre associações com empresas locais e vai analisar os projectos que lhe forem colocados e para onde formos desafiados”, prosseguiu o presidente do grupo.

“Mas vão ter muita tendência para aquilo que é o nosso `know-how`, que está na construção, nas construções rodoviárias, na logística marítima, nos caminhos-de-ferro, no ambiente e serviços, e vai ser aí o grande foco da nossa actuação”.

Actualmente, a empresa já está envolvida em duas pequenas obras de caminhos-de-ferro no norte do México.

No final do primeiro dia da sua visita oficial, que termina na noite de quarta-feira, Portas reuniu-se com a delegação empresarial que acompanha a deslocação e que integra 60 empresários, uma das mais representativas comitivas da AICEP portuguesa a um país estrangeiro.

in Construir

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