Câmara do Porto quer abandonar modelo de reabilitação do Palácio de Cristal

A Câmara do Porto quer abandonar o modelo de reabilitação e exploração do Palácio de Cristal e incumbir uma empresa municipal de estudar e “negociar novas formas de parceria” para implementar o projecto do arquitecto Carlos Loureiro.

A proposta, a que a Lusa teve acesso, vai ser apresentada pela maioria PSD/CDS na reunião camarária pública de terça-feira e prevê a “não assinatura do contrato com o agrupamento adjudicatário” formado pela AEP — Associação Empresarial de Portugal, a Associação de Amigos do Coliseu do Porto, a Parque Expo 98, SA, e a Atlântico — Pavilhão Multiusos de Lisboa.

A parceria público-privada para recuperar o Palácio de Cristal foi aprovada pelo executivo em Julho de 2007 e em Junho de 2009, mas a autarquia quer agora revogar o contrato programa celebrado com a PortoLazer, pagando-lhe o custo do projecto de reabilitação.

A cargo do arquitecto responsável pelo desenho do Pavilhão Rosa Mota, há cerca de 60 anos, o projecto de recuperação do equipamento e dos jardins do Palácio de Cristal custou 1,05 milhões de euros, que a autarquia quer pagar com a doação de três edifícios no centro histórico do Porto, entregando em numerário apenas 916 mil euros.

A proposta do vice-presidente da Câmara, Vladimiro Feliz, prevê também “formalizar, através da PortoLazer, a cessação do contrato de financiamento celebrado com o Plano Operacional de Valorização do Território POVT para a reabilitação/requalificação” do espaço.

Nos instrumentos de gestão previsional da Porto Lazer para 2013 referia-se que a requalificação estava “a ser alvo de novo estudo pelo município e [pela] Porto Lazer” e revelava-se que o conselho de administração da empresa tinha decidido “abandonar os modelos considerados até ao momento”.

O objectivo, acrescentava-se, era alcançar a “ambicionada intervenção sem despender da globalidade do valor inicialmente orçamentado”.

A requalificação do “Rosa Mota” perdeu em maio de 2012 os 5,8 milhões de euros de fundos comunitários aprovados, numa altura em que o projecto estava orçado em 25,7 milhões de euros.

O projecto para modernizar o espaço foi apresentado em 2009 com uma previsão de investimento de 19 milhões de euros, cabendo à Câmara 10 milhões de euros e aos privados 3 milhões.

A conclusão das obras estava prevista para o fim de 2011, mas o processo atrasou-se devido à contestação pública que levou a retirar das proximidades do lago dos jardins um dos edifícios do centro de congressos.

No início de Junho, o candidato do PSD à Câmara do Porto, Luís Filipe Menezes, anunciou pretender fazer uma recuperação “minimalista” ao pavilhão Rosa Mota e criar nos espaços do Palácio de Cristal zonas de restauração e de diversão, com carrosséis.

O candidato independente à Câmara do Porto Rui Moreira anunciou, algum tempo depois, pretender “reformular” e “simplificar” o projecto idealizado pelo autarca Rui Rio para o Palácio de Cristal/pavilhão Rosa Mota, transformando-o num centro de congressos “policêntrico”. (Lusa)

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